domingo, 26 de abril de 2015

A MATEMÁTICA NO UNIVERSO INFANTIL

A construção do número pela criança pequena

        A reflexão que fazemos a respeito de como a criança da educação infantil de 4 e 5 anos de idade aprende os conceitos matemáticos, sobretudo a construção da ideia do número, ou seja, a relação da nomenclatura, da palavra, do símbolo com a quantidade representativa se sustenta por meio das nossas leituras dos conhecimentos produzidos por teóricos estudiosos do desenvolvimento da criança como Piaget, Wallon, Freinet, Vigotsky e outros contemporâneos, bem como nossas experiências de observação da ação da criança, das experiências oportunizadas, dos ambientes disponibilizados para a criança brincar, jogar, raciocinar, explorar possibilidades, vivenviar conclusões, pesquisar,  ampliar significado, perceber relações com conhecimentos anteriores, enfim constituir sentido nas redes associativas da cognição que se comunica com a emoção, com o corpo e as interações sociais.
        Diante do exposto, enquanto a criança canta e brinca com as músicas, parlendas da cultura infantil ela constrói significados a respeito da construção dos números.
       A criança ouve as histórias, dramatiza as situações, reconta a história, copia as letras do seu nome, conta suas letras, conta as crianças presentes e as que faltaram por meio das fotos na casinha, conta o dia no calendário, registra com a professora a quantidade de crianças, separa as pecinhas por cores, brinca com massinha, divide a massinha com o grupo, joga bola na quadra, brinca de amarelinha, boliche, peteca, de bicicleta, no tanque de areia com os objetos, percebe a rotina do dia, as mudanças... Quantos conceitos matemáticos estão presentes na ação das crianças na escola.
        Dessa forma, a criança explorando o próprio corpo, brincando com as partes do seu corpo aprende muitos conceitos matemáticos.
      Assim, a matemática na Educação Infantil deve acontecer por meio das brincadeiras, da linguagem corporal, da ação da criança... Contudo, o professor deverá provocá-la, desafiá-la elaborando situações de aprendizagem para ampliar seu pensamento, aproveitar as situações das brincadeiras ou até das histórias lidas, contadas...
      Neste mês observamos o quanto as crianças aprenderam em relação à construção do número por meio da caça aos ovos de EVA ou de verdade no parque e os desdobramentos da ação pedagógica, como um exemplo...
        A brincadeira do resgate com corda no morro da goiabeira, de um a um, a contagem final, como outro exemplo.
        E, quando a situação é registrada no papel deverá ser de fato significativa para a criança elaborar associação e não apenas como atividade que alguém deu para ela executar.
         


domingo, 5 de abril de 2015

Peteca, peteca, vamos petecar...

Na semana passada construimos a peteca com jornal, crepon e fita crepe, depois de conversarmos sobre o brinquedo que índios brincavam e construiam. Assim, a peteca faz parte da nossa cultura... podemos brincar com ela ao ar livre, numa quadra, parque, campo. Exercitamos nosso corpo, coordenamos nossos movimentos quando brincamos com a peteca sozinhos, em dupla ou em grupo maior. 
Já havíamos brincado com outras petecas confeccionadas na indústria... 
Falamos então, de Mário de Andrade a respeito da pesquisa que ele fez na região Norte e Nordeste em torno da nossa cultura popular, registrando, resgatando e divulgando nossas festas populares, lendas, parlendas, danças, músicas, brinquedos e brincadeiras.

Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim...










Coelho: desenho, montagem e colagem







Cartas enviadas pelo coelho para a nossa turma






Semana intensa....muita diversão e muita aprendizagem...

Nesta semana de Páscoa trabalhamos de forma interdisciplinar, pois aproveitamos o contexto para aprofundar os conceitos em torno dos valores humanos, sobretudo os mais voltados para a situação Páscoa, como o compartilhar, dividir, cooperar, solidarizar-se com o outro, união...
Assim, muitas brincadeiras projetamos e aplicamos nos diversos espaços da nossa escola tendo como a intenção trabalhar tais valores sociais, de convivência, bem como conteúdos cognitivos, físicos, afetivos...
Atrelamos também muitas situações lúdicas e de aprendizagem ao nosso estudo em torno de Mário de Andrade e os 80 anos dos parques infantis...
Assim, quando brincávamos ao ar livre, reportávamos para a concepção de Mário de Andrade quando idealizou os espaços dos parques infantis nos anos 30 do século passado.
E, nesta semana aconteceu tal lembrança quando brincamos de procurar os ovos confeccionados em EVA no tanque de areia... Depois contamos quantos ovos cada criança conseguiu achar, as cores dos ovos e a quantidade...
Aprenderam a brincadeira e organizaram a mesma brincadeira sozinhos... Interessante observar a organização deles para a brincadeira e os conflitos que desencadeiam.
Brincaram também de coelhinho na toca, sai da toca e toca procura outro coelhinho... Muito divertido, as emoções diversas estiveram presentes nesta brincadeira. No entanto, foi preciso atenção nas comandas da professora para executar corretamente o que se pedia, a coordenação motor e a noção espacial também foram contempladas nesta situação de aprendizagem.
Fizemos rodas de conversas e falamos sobre o sentido de compartilhar, dividir, ajudar, respeitar o outro, o diferente...
Lemos histórias de Coelhinhos como: "O coelhinho desobediente", "Menina bonita do laço de fita", "Fofo", "Adivinha quanto  eu te amo", muitas reflexões foram desencadeadas...
Músicas do coelhinho também cantamos e executamos alguns trabalhos na dimensão do desenho com interferência, usando tinta, construindo o todo por meio das partes do coelho, número e quantidade, cores dos ovos...
Assistimos ao vídeo da Disney da fábrica de ovos de Páscoa dos coelhinhos no telão da escola...
Recebemos carta do coelho com pistas para achar a surpresa que ele deixou na escola para cada turma. A situação foi surpreendente, inesperada, enigmática... As fortes batidas na porta, a carta embaixo da porta... De quem será?...
A marca do coelhinho no envelope... descobriram que se tratava de uma carta do coelho...
Reunião para a leitura da carta... Raciocínio em torno da primeira pista... Descobrindo o local,  a outra carta, a segunda pista, a procura, a terceira carta, a procura, a quarta e última carta, a procura do tesouro no local.
Salientamos que nosso poeta Mário de Andrade também fazia com os seus sobrinhos o mesmo que o coelho fez em nossa escola, escondia doces na sua biblioteca para as crianças acharem.
As crianças que acharam o tesouro (ovo grande) no meio dos livros da sala de leitura, souberam de imediato que deveriam compartilhar  o achado com as outras crianças da turma e pensar até nas crianças que faltaram no dia.
Foi muito prazeroso participar desta intensa experiência com as crianças muitas emoções, cognições estiveram presentes....
Outro dia... sem esperar... durante uma concentrada atividade de contagem dos ovos de EVA para colocar na cesta, desenho com interferência do coelho... Escutamos novas batidas fortes na porta e outra carta foi deixada embaixo da porta.
Nova roda, nova leitura, nova proposta de brincadeira que o coelho nos convida nesta carta. E, fomos lá para o parque da casinha do Tarzan para conferir... Lá estavam muitos ovos de chocolate "de Verdade", escondido pelo coelho e teríamos que encontrar todos da nossa turma... Divertidíssimo! Encontramos ovos até pendurados nas árvores, na casinha, atrás das árvores, na grama, nas pedras, por todo o parque.
O desafio também foi solucionado quando a professora colocou a questão para pensar:  algumas crianças  pegaram até 4 ovos e outras crianças  não acharam nenhum, o que faremos? E, algumas haviam faltado...
Logo encontraram a solução! A solução estava no dividir, compartilhar, pensar  no outro. E, assim foi feito.
Depois tivemos a ilustre visita do coelho no pátio da nossa escola e tivemos a oportunidade de agradecê-lo e tirar foto com ele. Achamos que era uma coelha da Páscoa... Mas, enfim, o que importa é que ele ou ela foi muito simpático (a) e nos proporcionou muitas situações divertidas e aprendemos muito.
E, como ele ou ela nos enviou 2 cartas... Achamos bom  agradecer também a ele ou ela por intermédio deste veículo de comunicação. E, logo o faremos. A professora, claro, será nossa  escriba.